Morrendo de amor.

Quem de fato grita é meu peito, que entalado soluça a dor da permanente saudade, quase beirando a loucura, enquanto a tristeza o invade. Nos meus sonhos, quantos sorrisos teus eu encontrei, de tanto sorriso que vi, até chorei, encantado com tanta doçura. Parecia uma menina correndo na praia, pés descalços, o vento esvoaçando a branca saia, voce abrindo os braços, como se quisesse abraçar o céu. Eu corria logo atrás, olhava a menina correndo enquanto sorria contente, nem parecia a gente, mas um casal de garotos, destes adolescentes com aqueles sorrisos marotos. Quanto mais da água se aproximava, mais o vento te embalava, aquele cabelo lindo, a natureza sorrindo, voce ali, era tudo que faltava naquela paisagem. Uma princesinha de branco, carregando nas mãos os tamancos, dando chutinhos na água, que beleza de menina, aquilo me apaixonava. No meu sonho, havia uma flor no teu cabelo, uma flor bem delicada, de cor vermelha acentuada, voce parecia uma deusa, outras vezes uma fada, estava tão linda, tão linda, que eu nem acreditava. Corria e parecia que a natureza sabia, que aquele lugar tão maravilhoso, era o paraiso pomposo onde voce habitava. Que sonho, que mulher, que menina, queria não acordar, viver ali contigo, desfrutar daquele abrigo, fazer dele um paraíso, o nosso cantinho de amor, onde a vida seria linda, cheia de luz e carinho, ali no nosso cantinho que o Senhor nos reservou. Hoje a saudade me consome, te procuro e não te vejo, só me resta este desejo de poder te abraçar, dormir e não acordar, apenas morrer de amor.

Pequei contra ti.

Pequei meu amor, pequei contra ti pela incapacidade de segurar com minhas próprias mãos, a lágrima que te deslizou do rosto. Eu que jurei, prometi, que não te deixaria cair um único pingo de dores destes olhos tão lindos. Pequei porque não te socorri a tempo de aparar aquela maldita água que te fez brilhar os olhos. Pequei por extasiar diante da tua beleza enquanto choras. Não fui homem suficiente, não fui bastante valente para afagar o teu pranto e contigo chorei. Chorei porque tua dor era também minha, aquela lágrima quentinha, enquanto teu nariz esquentava, também do meu rolava, e me uni a voce. Pequei por não cumprir minha palavra e te amar num amor tão profundo, que ao invés de forte, tornei-me frágil, frágil suficiente para abraçá-la e chorar juntinho contigo. Quis falar, mas não podia, naquele momento, as palavras não saiam, meu coração deu um nó, senti o peito apertar, podia tudo, podia nada, só podia chorar. Chorei e pequei, mas pequei por amor a ti, porque naquela hora em que voce se derramava, eu louco de paixão, também em prantos me acabava, desmanchava ali mesmo, o homem que voce conhecia. Esta é a sina querida, de ter um poeta na vida, juntar poeta e menina, irão chorar todo tempo, aquele chorinho quente, que cai mansinho e lento, lavando a alma ferida. Pequei, sim meu amor, pequei, pequei porque não tinha forças para lutar contra meu próprio choro, tampouco o seu estancar, só pude me juntar a ti, te abraçar e calado, chorar juntinho do teu lado, esperando a hora de rir. Pequei, mas eu sei, sim eu sei que me perdoará pelo pecado, porque não haverá um só choro teu isolado, tantas vezes voce chore, não se faz que eu demore e irei pecar do teu lado. Por Tony Casanova.