Lobo solitário II

Já me pesa a solidão enfadonha, nos ombros calejados e secos.Como se a rotina tristonha, me empurrasse por seus becos. Uma dor, uma agonia sem explicação, uma coisa ruim me tomando por dentro, um ai de exclamação, um breve lamento. Uma saudade covarde, que chega de surpresa, uma ausência sentida, uma presença requerida, com a revelação da tristeza. Se pudesse pegaria esta saudade, diria para ela assim: Saudade, dor que me invade, vou matá-la com certeza, porque se fazes ruim, me toma sempre á ausência, não me permite a presença e faz sofrer assim. Mas as vezes penso em ti, bandida, como minha companheira, a espantar a solidão, se não te sentisse tão forte, como saberia ao certo, qual o norte deste meu sofrido coração? Pensando bem saudade, não te vás da minha vida, sem ti, sei lá como seria, então como saberia que amo a minha querida? Fica então com este lobo solitário, que sente a ausência e se aos prantos se derramando, tem a ti por companheira, só me permita matá-la vez em quando e que cesse esta dor forte que me persuade, para que não morra eu de tristeza ou me acabe de saudade.